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A localização do Castelo de Juromenha é estratégica, situado próximo ao rio Guadiana, na fronteira entre Portugal e Espanha. Este posicionamento conferiu à fortificação um papel fundamental na defesa das terras portuguesas, especialmente durante as várias campanhas militares que marcaram a Península Ibérica.
Origem e Construção
As primeiras evidências de ocupação em Juromenha remontam ao período romano, quando a área era utilizada como ponto de passagem e controle das rotas comerciais. Mais tarde, com a chegada dos muçulmanos no século VIII, a fortificação foi construída e ampliada para proteger o território de eventuais invasões cristãs. Em 1167, as forças cristãs lideradas por Geraldo Sem Pavor, um cavaleiro português famoso por suas incursões na zona islâmica, tomaram Juromenha. Contudo, a vila foi reconquistada pelos muçulmanos pouco tempo depois, antes de ser finalmente integrada no território português em 1242, durante o reinado de D. Afonso III.
Reconstrução e Ampliação no Período Manuelino
Durante o reinado de D. Manuel I, no início do século XVI, o castelo passou por uma significativa ampliação e modernização, adaptando-se aos avanços militares da época, como a artilharia. Estas obras introduziram a arquitetura manuelina, que se misturava às estruturas medievais e aos traços das fortificações islâmicas. Este período foi marcado pelo embelezamento do castelo e pela melhoria das suas defesas.
Guerra da Restauração e Fortificações Abaluartadas
Com o início da Guerra da Restauração em 1640, entre Portugal e Espanha, o Castelo de Juromenha passou a ter uma importância renovada. Portugal investiu em melhorias significativas na sua estrutura defensiva, com a construção de uma fortificação abaluartada ao redor do castelo. Esta nova fortificação, com baluartes de ângulo pronunciado e muralhas reforçadas, seguiu as técnicas da arquitetura militar da época, inspiradas nas escolas italianas e holandesas de fortificação. A transformação aumentou a capacidade defensiva da fortaleza, tornando-a um obstáculo formidável para as tropas espanholas.
Declínio e Degradação
Apesar de seu papel importante nas lutas fronteiriças, o castelo começou a decair em meados do século XVIII. Em 1755, o terramoto que devastou Lisboa e várias partes de Portugal causou sérios danos à estrutura de Juromenha. O castelo foi parcialmente restaurado após o desastre, mas sua importância militar diminuiu com o avanço da tecnologia bélica. Em 1801, durante a Guerra das Laranjas, o exército espanhol conseguiu capturar Juromenha quase sem resistência, o que evidenciou o estado de abandono da fortaleza. Desde então, a fortificação entrou em degradação progressiva.
Estrutura e Arquitetura
O Castelo de Juromenha é uma fortificação de grande escala, com um perímetro de muralhas que inclui estruturas medievais, manuelinas e abaluartadas, um verdadeiro reflexo da sua longa história de remodelações. Suas muralhas, construídas em alvenaria e com reforços de alvenaria grosseira, incluem várias torres de defesa, bastiões e baluartes, sendo o mais notável o Baluarte da Porta Nova.
No interior, encontram-se vestígios de várias estruturas, como a Igreja de Nossa Senhora do Loreto e a Igreja da Misericórdia, que datam dos séculos XVI e XVII. Estas igrejas serviam não apenas aos militares, mas também à comunidade civil de Juromenha, que se abrigava dentro das muralhas em tempos de crise. As suas ruínas mostram a mistura entre a arquitetura religiosa e militar da época, indicando que o castelo era também um ponto de convívio e proteção para os habitantes.
Dados Técnicos
- Localização: Juromenha, Alandroal, Alentejo, Portugal
- Altura das Muralhas: Entre 6 e 8 metros em alguns pontos.
- Estruturas Internas: Duas igrejas, pátio central, cisterna e quartéis.
- Estilo Arquitetônico: Misto entre o medieval, manuelino e abaluartado.
- Principais Períodos de Ocupação: Romano, Muçulmano, Cristão Medieval e Moderno.
- Data das Principais Reformas: Séculos XIII, XVI e XVII.
Legado e Atualidade
O Castelo de Juromenha representa não apenas um ponto turístico importante do Alentejo, mas também uma testemunha da história de Portugal, especialmente na luta pela defesa da sua soberania. Hoje, o castelo encontra-se em ruínas, mas é alvo de iniciativas de conservação e restauro. A sua beleza histórica e a vista panorâmica sobre o rio Guadiana atraem turistas e estudiosos interessados em arquitetura militar e história medieval.
A fortaleza continua a ser um símbolo de resistência e uma lembrança do papel fundamental de Portugal nas guerras de fronteira, sendo hoje um valioso patrimônio histórico e cultural.
Contactos
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- Website: cultura-alentejo.pt
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